“Será que é ansiedade ou depressão?” Este é o questionamento de muita gente. Como reconhecer cada uma? É fácil confundir os dois transtornos, mas é essencial aprender a distingui-los. Sintomas, causas e tratamentos. Aliás, o diagnóstico correto é fundamental para o tratamento adequado.
São os transtornos que mais afetam a saúde mental das pessoas em todo o mundo e, apesar de diferentes, podem andar juntos. É possível que uma pessoa sofra com as duas condições ao mesmo tempo.
Imagine só… depressão e ansiedade ao mesmo tempo. Inquietação, cansaço, tristeza, falta de concentração, pensamento agitado… estes são alguns dos sintomas que ambos os transtornos apresentam. Por isso é tão difícil distingui-los. Mas é possível e preciso.
Então vamos às diferenças:
Ansiedade
A ansiedade é a preocupação excessiva diante de determinada situação que ainda nem aconteceu. É o medo do futuro. Uma inquietação intensa, que pode ser momentânea ou prolongar-se, às vezes sem causa aparente. Ela pode se manifestar através de sintomas físicos e psicológicos, como:
Ataques de pânico, ansiedade social, fobias, stress pós traumático, fadiga, insônia, inquietação, tensão muscular e dores físicas, dores de cabeça, suor excessivo, tonturas, problemas digestivos, batimentos cardíacos acelerados, falta de ar, medo ou pânico, boca seca, náusea, entre outros.
Sintomas que também podem indicar a presença de outras doenças, por tanto, busque ajuda de um profissional caso tenha essas manifestações por longos períodos.
Depressão e ansiedade apresentam sintomas que afetam o humor e as emoções. E sabemos que quadros de ansiedade tendem a evoluir para a depressão. Ou seja, a depressão é ainda pior. Ambos comprometem nossa qualidade de vida, mas podemos dizer que a depressão é a “ansiedade potencializada”.
Uma das principais diferenças entre depressão e ansiedade, é que o primeiro se refere a um único transtorno. O segundo engloba várias condições. A ansiedade é um conjunto de transtornos.
Depressão
A depressão é uma doença que apresenta uma variedade de sintomas e pode se manifestar de diversas maneiras, crônica ou aguda.
De acordo com dados coletados e divulgados pela OMS (Organização Mundial da Saúde), cerca de 6% dos brasileiros sofrem com quadros depressivos. Somos o país com o maior índice da doença em toda América Latina. Com a ansiedade não é diferente, o Brasil é recordista mundial – 9,3% da população é atingida pelo transtorno.
Quadros de estresse costumam ser o gatilho para a ansiedade e consequentemente para a depressão. Por isso, cuidado! Cuidado na essência da palavra: Cuide de você!
Uma pessoa estressada que não se cuida desenvolve uma ansiedade que pode evoluir para a depressão. Estima-se que em 24% dos casos isso acontece e não o oposto. A ansiedade precede e depressão.
A tristeza, o cansaço existem para qualquer pessoa. O problema está em quando estes sintomas se prolongam e se torna um problema crônico, incapacitando a pessoa.
Portanto, cuide dos menores sintomas. Um stress aqui, uma inquietação ali, e pronto. O corpo e a mente estão sobrecarregados. Muitas vezes é o que basta para desencadear uma série de transtornos.
Os sintomas da depressão são muito parecidos com os da ansiedade, não se engane. Mas a depressão tende a provocar menos sintomas físicos. Alguns podem sobressair: mudanças no apetite e no sono, problemas de memória, pensamentos acelerados, aperto no peito, medo, irritação, choro repentino, angústia, ausência de prazer, baixa autoestima e sentimentos de culpa, variações abruptas de peso e falta de esperança para planejar o futuro.
A depressão pode ainda surgir após eventos emocionalmente traumáticos, como a morte de um ente querido ou a perda de um emprego.
As mulheres, assim como quem tem excesso de peso, baixa autoestima, vítimas de violência ou de outros acontecimentos perturbadores, têm também uma maior predisposição para desenvolver depressão. No entanto, esta também pode surgir sem motivo aparente ou no decorrer de um problema prévio de ansiedade.
Tratamento
O que fazer diante destes quadros? Procure ajuda de um especialista. Depressão e ansiedade são tratadas com terapia e medicamentos, com um trabalho multidisciplinar.
Não hesite em procurar auxílio. Quanto mais cedo iniciar o tratamento, mais rápido você pode recuperar a qualidade de vida emocional e física.
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Setembro Amarelo
Se você se identificou com algum dos sintomas citados, procure ajuda. Transtornos como ansiedade e depressão, quando não tratados, podem levar ao suicídio. O problema é de saúde publica e precisa ser abordado. A campanha do Setembro amarelo propõe justamente este dialogo sobre o assunto.
Se você tem sofre com depressão ou ansiedade, você não está sozinho.
O CVV é uma das ONGs mais antigas do país e atua no apoio emocional e na prevenção ao suicídio pelo telefone 188, também por chat, e-mail ou pessoalmente.