Pacientes que possuem algum tipo de dor crônica costumam sofrer por meses ou até anos. E, infelizmente, cerca de 30% da população possui esse problema.
Em minha experiência clínica, consegui perceber que muitos dos meus pacientes apresentam melhoras significativas quando aliam a ida ao médico a outras possibilidades de intervenção.
Assim, eu indico bastante uma abordagem multidisciplinar. Uma das áreas que têm sido fundamental nesse processo, é a psicologia. E é sobre isso que eu quero falar hoje com você.
Boa leitura!
O que a psicologia pode fazer pela dor crônica?
A dor crônica pode trazer diversas consequências psicossociais. Isso acontece porque os doentes crônicos deixam de realizar várias de suas atividades, por fatores físicos e emocionais. Assim, eles passam a não ter, inclusive, uma vida social ativa.
É necessário proporcionar ao paciente suporte para o sofrimento e auxiliar no entendimento da sua condição, criando novas possibilidades de enfrentamento. Isso facilita a adesão ao tratamento.
Dessa forma, é muito importante que esse paciente conte com um psicólogo. Digo isso, pois este profissional é capaz de entender os conflitos enfrentados pelo paciente por conta da sua patologia e ajuda – lo a encontrar força intrínseca para passar por esse momento .
A função do psicólogo é ajudar o paciente, encorajando-o a enxergar e a entender que existem novas possibilidades de enfrentamento.
O sofrimento é vivido de maneiras diferentes e individuais. Cada pessoa vai lidar com essa experiência de uma maneira. Algumas pessoas se desesperam e é natural. Outras tentam retirar do sofrimento lições que irão levar ao crescimento e mudam completamente a forma de enxergar a vida.
Alguns pacientes entram em estágio de regressão e assumem uma postura mais infantil frente a doença. Outros, passam pela negação e não reconhecem a enfermidade, enganando a si mesmo e as pessoas ao redor. Tem pessoas que investigam os aspectos da doença, a fim de se aprofundar e buscar soluções e formas de apoio.
Independentemente da forma como você reage à dor crônica, ela produz muitos conflitos emocionais. A psicologia vai vivenciar esses conflitos que envolvem a condição do adoecimento (falamos sobre dor total nesse post) assim como os estágios emocionais da enfermidade. Assim, o psicólogo que trabalha com pacientes com dor crônica, tem como objetivo resgatar a essência de vida que muitas vezes foi perdida por conta da doença.
Espero que esse artigo tenha ajudado você a entender o que a psicologia pode fazer por quem está passando por um momento de dor com todos os seus desafios e assim possa estimular essas pessoas a aderirem a um acompanhamento multidisciplinar.
Caso tenha ficado com alguma dúvida, sinta-se à vontade para deixar seu comentário ou sua dúvida aqui no blog ou em minhas redes sociais. Além disso, caso queira enviar sugestões de temas relacionados à dor crônica, elas serão muito bem vindas! Vai ser um prazer enorme te ver envolvido na construção desse canal de comunicação .
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