Muitos pacientes que possuem dor crônica acabam desenvolvendo algum tipo de transtorno psicológico, como é o caso da depressão.
Dessa forma, após entender e discutir a situação com o paciente eu normalmente indico que seja feito uma avaliação e um posterior acompanhamento com um psicoterapeuta .
Além disso, pessoas que já sofrem de depressão também podem passar pelo processo inverso. Ou seja, essa doença pode dar origem a uma patologia crônica, como a fibromialgia, por exemplo. Com isso, é comum que um paciente apresente tanto sintomas físicos quanto emocionais.
Existem diversos estudos, como os da Universidade de São Paulo, que demonstram a veracidade desse fato, sendo um importante tema de pesquisa em todo o mundo.
Pensando nisso, resolvi preparar esse artigo para que você conheça mais sobre o assunto. Dessa maneira, é possível aumentar a sua qualidade de vida ao minimizar os sintomas dessas doenças.
Boa leitura!
Mais de um terço da população brasileira sofre de algum tipo de dor crônica. Ou seja, mais ou menos 60 milhões de pessoas possuem pelo menos uma doença crônica em todo o território nacional.
A região Sul é a mais afetada (42%), seguida do Sudeste (38%), Norte (36%), Centro-Oeste (24%) e do Nordeste (28%). Além disso, esse tipo de dor costuma atingir mulheres com idade média de 41 anos.
Os sintomas de uma doença crônica costumam aparecer conforme as pessoas vão envelhecendo. Então, é comum encontrar pacientes com algum tipo de doenças degenerativas e dores nas articulações e nas costas, por exemplo, com o passar dos anos .
A incidência da depressão
No Brasil, cerca de 8% a 15% da população possui depressão. Este transtorno é um dos que mais deixa mulheres incapacitadas, a fim de exercerem suas funções. Isso acontece tanto em países emergentes quanto em nações desenvolvidas.
Além disso, essa doença é uma das principais causas de morte prematura entre mulheres, atingindo, principalmente, a faixa etária de 15 a 44 anos.
Infelizmente, o diagnóstico da depressão é feito tardiamente em vários casos. Por isso, é essencial que o paciente inicie o mais rápido possível o seu tratamento. Dessa forma, existem grandes chances de que ele consiga retomar as suas atividade rotineiras.
Entre os principais sintomas dessa patologia, podemos citar:
- Humor triste, ansioso ou “vazio” persistente;
- Sentimentos de desesperança, pessimismo
- Irritabilidade
- Sentimentos de culpa, inutilidade ou desamparo
- Perda de interesse ou prazer pela vida, hobbies e atividades
- Diminuição da energia ou fadiga
- Mover ou falar mais devagar
- Sentir-se inquieto ou ter problemas para ficar sentado
- Dificuldade de concentração, lembrança ou tomada de decisões
- Dificuldade de dormir , despertar de manhã cedo ou dormir demais
- Apetite e / ou alterações de peso
- Pensamentos de morte ou suicídio, ou tentativas de suicídio
- Dores, dores de cabeça, cólicas ou problemas digestivos sem uma causa física clara e / ou que não se aliviam mesmo com o tratamento.
Fatores que explicam a associação entre depressão e dor crônica
A dor crônica e a depressão estão diretamente ligadas. Isso acontece porque a dor, muitas vezes, acaba deixando o paciente debilitado fisicamente e socialmente. Assim, ele passa a apresentar uma tensão nervosa, fraqueza muscular e redução de suas atividades funcionais.
Além disso, quando não há um estímulo mental e corporal contínuo, o paciente fica muito mais propenso a desenvolver uma depressão. Isso se dá por conta da supressão de hormônios do bem-estar e do prazer, como é o caso da ocitocina e da dopamina.
A redução de atividades rotineiras e funcionais também pode acabar gerando outros problemas, como a diminuição de renda. Com isso, a autoestima do paciente tende a baixar, levando-o ao isolamento e, consequentemente, à depressão.
Eu recebo diversos pacientes em meu consultório que acham que não é possível haver uma redução dos sintomas de uma doença crônica.
No entanto, ao escutar as suas queixas e identificar as suas dores, é possível estabelecer o melhor tipo de tratamento e ação multidisciplinar para diminuição da dor e melhora na qualidade de vida.
Com isso, é fundamental que os pacientes com algum tipo de dor crônica passem por diferentes estímulos, como fisioterapia, atividades físicas, reabilitação funcional, psicoeducação, uso de remédios específicos e, é claro, acompanhamento psicológico.
Existem diferentes tipos de métodos que são usados para o tratamento da depressão associada à dor crônica. Assim, basta saber com qual deles você se identifica mais.
Eu preparei um artigo completo sobre o assunto e você pode acessá-lo clicando aqui.
Espero que esse post tenha ajudado a responder a parte de suas perguntas sobre a relação da depressão com dor crônica.
Caso tenha ficado com alguma dúvida, sinta-se à vontade para deixar seu comentário ou sua dúvida aqui no blog ou em minhas redes sociais. Além disso, caso queira enviar sugestões de temas relacionados à dor crônica, elas serão muito bem vindas! Vai ser um prazer enorme te ajudar!
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