A dor que afeta 7 em cada 10 pessoas.
Como andam as suas costas? A sua lombar, vai bem? Atire a primeira pedra quem nunca sentiu, pelo menos uma dorzinha na lombar. Para uns, um incomodo leve. Para outros, uma dor desesperadora. São as chamadas – e temíveis – crises de dor lombar, ou lombalgia, que afeta homens e mulheres, em todas as faixas etárias, mas é predominante nos adolescentes. Nos adultos, a faixa etária que mais sofre está entre os 35 e 55 anos.
É considerada a maior causa de incapacitação do mundo e o segundo motivo mais frequente de faltas no trabalho. Segundo a OMS, a Organização Mundial da Saúde, 7 em cada 10 pessoas vão sentir esse tipo de dor nas costas, em algum momento da vida.
É aquela dor em que é preciso, muitas vezes, correr para o pronto socorro em busca de alguma medicação que faça parar esse incômodo latejante e insistente.
Em muitos casos as pessoas se automedicam. Mas atenção! Desde 2017, a segunda mais importante associação de médicos dos Estados Unidos, o Colégio Americano de Médicos, desencoraja o uso de medicamentos como primeiro passo para o tratamento dessa dor nas costas. Isso, justamente porque muita gente abusa do uso das medicações. Analgésicos em excesso podem causar dependência.
Mas então o que fazer para aliviar esta dor? Insuportável, tantas vezes. É preciso, antes de tudo, saber a origem e claro, conhecer a anatomia da dor. A região lombar fica na parte inferior da coluna e é formada por vértebras que conectam o tórax, cintura e pernas. É essa estrutura que permite a maioria dos nossos movimentos.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico e as causas da dor lombar são estabelecidos a partir da avaliação clínica e a história do paciente durante a consulta. Além de exames complementares de imagem como raio-X, ultrassom, tomografia computadorizada e ressonância magnética, se preciso para uma avaliação mais detalhada.
CAUSAS
A dor geralmente é causada por uma lesão no músculo. E acontece, principalmente, por causa da má postura, sedentarismo, obesidade, posições erradas por longos períodos, execução errada de exercícios e esforço físico.
CLASSIFICAÇÃO DA DOR
As dores lombares são classificadas, de maneira geral, como agudas ou crônicas. A diferença é o tempo de duração. Ou como aguda, subaguda, crônica e recorrente. Os episódios agudos se resolvem geralmente dentro de 6 semanas na maioria dos casos. Mas de 2% a 7% das pessoas, a lombalgia evolui para crônica, quando a dor persiste por12 semanas ou mais. A subaguda PE quando a dor dura de 6 a 12 semanas. E a Recorrente quando um novo episódio de lombalgia aparece após um período assintomático.
Temos ainda a lombalgia crônica inespecífica, a mais comum, presente em 85% a 95% dos casos. Ela se caracteriza por sintomas na região lombar, sem irradiação.
Na hora de relatar a dor, é importante descrever em detalhes o que sente: as características da dor (fisgada, choque, latejamento etc.), local, duração, movimentos que a disparam e aliviam.
SINTOMAS
De um modo geral, a dor é o primeiro sintoma da lombalgia, como a:
- Dor que se inicia de maneira súbita na região lombar, nádegas e pernas
- Irradiação ocasional da dor para os glúteos e/ou coxas, até os joelhos;
- A dor nas costas é pior que a das coxas;
- A dor se agrava com o movimento, ao sentar-se, parar, levantar objetos ou inclinar-se; ou atividade física
- A dor é aliviada com o repouso e calor;
- Há antecedentes de fatores psicológicos e laborais estressantes;
- Em alguns casos, existe antecedente de lesão mecânica ou história de trauma (com ou sem fratura)
TRATAMENTO
O principal objetivo do tratamento da dor lombar aguda é aliviar a dor, melhorar a habilidade funcional e prevenir recorrência e cronicidade. Para isso diversos recursos são utilizados, como analgésicos, anti-inflamatórios, corticoides e relaxantes musculares. Além de fisioterapia, massagens e outros tratamentos alternativos (RPG e Pilates, por exemplo) podem ajudar na prevenção e alívio de dores lombares. Raramente um caso de lombalgia irá precisar de cirurgia.
Massagens podem ser boas coadjuvantes quando a origem da lombalgia for muscular, mas não atuam no processo inflamatório, quando for essa a causa da dor.
Mas cuidado com os “tratamentos de farmácia.” Aquele creme de arnica que promete milagre, cintas ortopédicas, bolsas térmicas… Não existem evidências cientificas comprovando a completa eficácia desses recursos.
PREVENÇÃO
É possível prevenir essas dores:
- Mantenha o peso sob controle;
- Pratique exercícios de alongamento regularmente;
- Faça 30 minutos de atividade aeróbica moderada (caminhada, bicicleta, hidroginástica) ao menos três vezes por semana;
- Fortaleça os músculos do tronco com exercícios adequados ao seu nível de condicionamento;
- Evite ficar muito tempo na mesma posição (sentado ou em pé); levante-se e movimente-se a cada hora;
- Não fume;
- Cuidado quando for levantar peso: você deve flexionar os joelhos, usar a força do abdômen e das coxas e manter o objeto próximo ao corpo. Nunca tente alcançar algo no chão descendo o tronco com as pernas estendidas;
- Procure formas de administrar situações de estresse;
- Prefira colchões firmes;