Fevereiro é o mês de conscientização e combate à fibromialgia. Já falamos aqui no blog sobre a doença, mas achei importante voltar no assunto. Afinal de contas, a fibromialgia ainda é uma doença silenciosa e que causa muitas dúvidas. A síndrome crônica tem causas ainda desconhecidas. A fibromialgia é uma doença autoimune e degenerativa que provoca fortes dores pelo corpo ou sensibilidade nas articulações, nos músculos e nos tendões. É aquela dor que vem e permanece por um longo período. Isso acontece devido uma alteração da interpretação dos estímulos recebidos pelo cérebro e também pelos receptores cutâneos.
Quem sofre com a fibromialgia?
A fibromialgia atinge de 2 a 10% da população mundial, sendo predominante entre mulheres jovens e de meia idade (20 a 50), em uma proporção de sete mulheres para cada homem.
Quais são os sintomas?
Os sinais mais visíveis de quem possui essa síndrome são: dores intensas, generalizadas, espalhadas pelo corpo e articulações, podendo durar meses; rigidez corporal, fadiga e cansaço durante o dia; sono prejudicado, ansiedade ou depressão, e em alguns casos o paciente apresenta quadros de apneia ou insônia, problemas cognitivos e alteração da memória.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é clínico, através da anamnese e exame físico específico. São solicitados exames laboratoriais e de imagem apenas para descartar outros quadros que possam confundir o diagnóstico ou se somar à fibromialgia. A doença pode ser confundida, por exemplo, com tendinite, quando as dores acontecem nos ombros, coluna cervical e joelhos. Existem ainda pontos que apalpados pelo médico podem ajudar na identificação da doença. São nove pontos em cada lado do corpo onde a dor pode se manifestar.
A doença tem cura?
Não, mas algumas adaptações no estilo de vida e medicamentos podem fazer o controle prolongado dos sintomas.
Qual é o tratamento?
A doença é tratada através de um acompanhamento especializado multidisciplinar e do uso de medicamentos como antidepressivos, ansiolíticos, analgésicos e relaxantes musculares. E principalmente: através da prática regular de atividades físicas e fisioterapia. Pilates e o fortalecimento muscular caminham juntos e são grandes aliados para o controle da doença.
Aplicativo para pacientes com fibromialgia
Em 2019 foi lançado um aplicativo que traz uma série de informações importantes para quem tem a doença para smartphones e tablets. Ele foi desenvolvido por profissionais do Departamento de Fisioterapia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. É o ProFibro, um aplicativo que traz uma série de funcionalidades ao paciente e já é sucesso. Mais de 5 mil pessoas já baixaram o app. Nele é possível preencher um questionário uma vez ao mês para avaliar como está o progresso no controle dos sintomas. Além disso, a tecnologia conta com um programa de exercícios físicos, uma parte dedicada à higiene do sono (com direito a uma playlist para relaxar), uma agenda para anotar compromissos pessoais, um diário e uma série de sugestões de atividades que podem ser realizadas em família. E o aplicativo já foi validado. 40 pacientes participaram de um estudo. Metade deles utilizou o aplicativo. A outra parte recebeu uma apostila em papel com o mesmo conteúdo. Ao final de seis semanas de experiência, foi possível notar um ganho na severidade dos sintomas dos voluntários das duas turmas.
Por enquanto, o download gratuito só está disponível para o sistema operacional Android. Mas os criadores já trabalham para disponibilizá-lo também para o sistema iOS.
Vamos falar de preconceito?
Sim, você leu certo. Ainda há muito preconceito em relação à doença. Fibromialgia não é frescura. Mas, infelizmente, quem sofre com os sintomas pode escondê-los ou evitar falar sobre eles para evitar qualquer tipo de preconceito. O problema é que: dor não se esconde. Trata-se. Viver silenciosamente com a doença pode ter efeitos graves na qualidade de vida e tarefas do dia a dia do paciente.
Uma das melhores formas de combater um estigma é falar abertamente sobre ele. Não cale a sua dor! Se você sofre com os sintomas, lembre-se: sua doença é real e você merece tratamento.